O PREMIADO E VIRTUOSO FLAUTISTA JAMES STRAUSS E A SOPRANO PORTUGUESA INÊS SIMÕES EM NOVO ÁLBUM CLÁSSICO

James Strauss e Inês Simões lançam hoje o novo CD “Poema(Universal Music Group e Cri du Chat), com um repertório inovador para flauta e soprano que mescla suas vozes de formas simultaneamente marcantes, indo do impressionismo francês aos dias atuais.

Con flauto obbligato” costumava ser uma característica regular de concertos e gravações das grandes sopranos de antigamente. Se seus programas tivessem sido tão empreendedores quanto este não teriam provocado tão facilmente, ainda que involuntariamente, o odioso termo 'criador de canários'.

Mas ao mesmo tempo precisariam de uma maior variedade de timbres, algo a mais da perpétua doçura de expressão do que se ouve em Inês Simões. A pureza de sua voz como um sino é encantadora em si mesma e satisfaz até certo ponto; mas isso é alcançado ao final de duas ou três canções. Sua fluência e uniformidade, sua produção livre de tom perfeitamente estável, são admiráveis e não muito comuns no mundo de hoje. Ela também é altamente hábil em fazer uso eficaz de seu poder naturalmente limitado, como, por exemplo, quando completa o final do ciclo de canções de Jeff Hamburg Joshe Kalb Suite em perfeito hebraico e holandês e pode passar da mera amabilidade à alegria, como em algumas das canções francesas e espanholas de uma beleza excepcional.

Entre as canções, as de Roussel baseadas em poemas de Rosnard e o Cantar de Lejania, do compositor colombiano Santiago Barbosa, causam uma forte impressão: bela escrita em duas partes e perfeita para a ocasião. Vários outros são “achados” notavelmente felizes, inclusive as duas canções de Camargo Guarnieri (em estreia mundial aqui). Voz e flauta se misturam em poesia harmônica. Dueto implesmente fabuloso! Este é um álbum para fechar os olhos, deitar e curtir. Dois grandes talentos.