O rapper Qxó lança hoje o EP “Empatia” e clipe de “BBZIN”

O famoso Viaduto de Madureira, onde há várias décadas a black music reina absoluta, já revelou muitos artistas talentosos. De cantores a dançarinos, o local é um celeiro de gente criativa. De olho nessa turma, a Universal Music aposta – através do selo DUTO – em nomes revelados dentro dessa cena. Um deles é o rapper QXÓ, cujo papo reto tem feito a cabeça de milhões de seguidores. Nessa sexta, ele lança mais um single/clipe: “BBZIN”.

Revelado através do grupo Start Rap, do qual era um dos MCs, QXÓ mergulhou no trabalho solo com muita propriedade. Com um visual estiloso, que mistura o lifestyle das ruas com um toque de sofisticação de quem está sempre de olho nas tendências, o artista tem a moda como uma ferramenta poderosa. “Sou muito ligado nisso, a moda faz a minha música, inclusive. Minhas canções estão inseridas nesse mundo, gosto de me vestir bem, dentro do meu conceito. A minha moda sou eu que faço. Procuro estudar, ler, fico atento as tendências. Tudo isso se relaciona com a minha música”, garante.

O nome do cantor também esbanja estilo. Quando começou, mais garoto, ele era conhecido como Super Choque, por conta do personagem do desenho animado, que todo mundo dizia ser sua versão cartoon. Como é comum no meio do rap, em que as palavras são faladas de trás para frente, Choque virou Quechó. Mas vamos combinar que esse não seria um nome artístico dos mais chamativos, não é mesmo? E assim nasceu QXÓ. “Funcionou”, festeja ele, que conquistou o respeito de nomes importantes do rap, como Marcelo D2, Valente, Família Madá, entre muitos outros.

Apesar de usar o rap como forma de expressão, QXÓ cresceu ouvindo samba, soul e jazz. “Lá em casa, tocava de Stevie Wonder a Almir Guineto. Tive minha fase de rock, vivia nos shows do Garage (reduto underground carioca). Mas também gosto de uma forrozeira, adoro funk, sou pagodeiríssimo e minha música acaba sendo um mix de tudo isso. Mesmo que não sejam referências claras, elas estão lá”. E surpreende: “Nesses últimos meses, estou ouvindo John Coltrane e Ray Charles direto”.

A entrada na Universal marca uma nova fase. “Poder fazer o que eu sempre quis musicalmente é o melhor de tudo. Na banda, eu acabava limitado porque tinha que respeitar a vontade de terceiros. Agora, as coisas saem exatamente como sempre desejei”, comemora. Há poucos dias, o artista lançou o single “Essa Vida”, que tem um clipe desenvolvido pela Polvo Content, com direção de Gustavo Tissot. A música é uma parceria do rapper com Luccas Carlo e fala sobre um relacionamento livre, cheio de afetividade, mas sem cobranças. “É algo do tipo: ‘pô, estou louco por você e vamos ficar assim que está bom demais’. Meu discurso é direto, não fico dando voltinhas”, avisa. O resultado agradou. “O Tissot conseguiu passar a ideia da minha música com elegância e dentro de um clima futurista”, completa.

“BBZIN” e “Essa Vida” se juntam a “Tá Foda” e “Q.X.O.” em um EP especial, intitulado “Empatia”. E o nome não foi escolhido por acaso. “O disco tem uma empatia comigo”, brinca. “Tudo o que está envolvido nele é muito do que eu sou. Minha identidade artística é um mix do que eu gosto com o que me emociona. Sempre curti rap nacional, acabei virando amigo dos caras que me influenciaram. Hoje não são apenas referência, eles trocam ideia comigo para a minha música acontecer melhor”.

Definitivamente, a opção por fazer um EP teve uma intenção clara: a de não jogar todas as cartas de uma só vez. “Tem muita coisa guardada para 2018. Isso é só um aperitivo”, antecipa. “Acho que o fato da minha música estar atingindo tanta gente tem a ver com as coisas que eu falo. Quem ouve, percebe que só consigo falar de fatos que realmente acontecem. Dos assuntos amorosos aos safados, do politicamente correto que é selvagem ao mesmo tempo, enfim, coisas que fazem as pessoas se identificarem”. Mas não pensem que ele entrega tudo de bandeja. “Meus temas são mais reais, mais adultos, mais intensos, mais maldosos. Eu quero que você coçe a cabeça para entender. Não vai assim tão fácil”, avisa. E isso é só o começo. Você ainda vai ouvir falar muito de QXÓ em 2018.

Ouça e baixe o EP “Empatia”