“LOVE STORIES”, DA VENCEDORA DO GRAMMY ELIANE ELIAS, É UMA CLÁSSICA HOMENAGEM AO AMOR E SEUS DIFERENTES ASPECTOS E FORMAS

Este novo projeto apresenta orquestrações originais, composições da era de ouro da bossa nova e músicas que se tornaram famosas através de Frank Sinatra e Antonio Carlos Jobim

Eliane Elias atinge um novo patamar de expressão artística com o recente lançamento, em 30 de agosto de 2019, de “Love Stories”, pelo selo Concord Jazz. Uma polivalente musicista, cujos lançamentos recentes, Made in Brazil (2015), Dance of Time (2017) e Man of La Mancha (2018), conquistaram múltiplos prêmios GRAMMY e estrearam em 1º lugar nos charts da Billboard. O novo projeto de Elias serve como uma homenagem clássica ao amor em seus muitos aspectos e formas.

Love Stories é um álbum de orquestra, que revela o domínio e a proeminência de Elias como artista multifacetada – vocalista, pianista, arranjadora, compositora, letrista e produtora. Cantado quase inteiramente em inglês, o álbum apresenta três composições originais, além de sete excelentes arranjos de músicas da era de ouro da bossa nova, incluindo as que ficaram famosas através de Frank Sinatra e Antonio Carlos Jobim.

Como intérprete e compositora, Elias vive a rica tradição da bossa ao trazer a música para o presente. Ela infunde músicas familiares com reviravoltas inesperadas que intensificam o poder evocativo da música – seja criando modulações harmônicas que aprimoram uma letra ou alterando a sensação rítmica de uma seção para aumentar sua emoção – permitindo que as complexidades sutis de sua voz sejam o centro das atenções, o tempo todo.

Observando que o amor romântico é apenas uma das várias maneiras pelas quais a emoção se manifesta, Elias diz: “A ideia para este álbum foi trazer à vida várias estórias de amor por meio dessa coleção de canções“.

Enquanto conta essas estórias, Elias traz um sentimento profundo ao álbum, que é uma cortesia de sua abordagem sugestiva como pianista e cantora, bem como da precisão com a qual ela é capaz de executar sua visão musical.

Desde o momento da concepção, nada podia ficar mais integrado. A partir da primeira nota escolhida, todas as cores que eu crio nos arranjos, as modulações, a escolha de teclas, a organização de pequenos grupos, as possibilidades de uma orquestra – são tão profundas no meu gosto pessoal quanto possível… porque eu estou prevendo o arranjo; decidindo como transmitir a música e tocá-la com a banda, e ao mesmo tempo, atenta às futuras orquestrações”, explica a cantora.

Para o álbum, Eliane Elias convidou alguns de seus músicos brasileiros favoritos para se juntar a ela – Marcus Teixeira na guitarra e Edu Ribeiro, Rafael Barata e Celso Almeida na bateria – além de seus principais colaboradores, o coprodutor e baixista Marc Johnson e o coprodutor Steve Rodby. O orquestrador Rob Mathes também retorna para sua quarta gravação com Elias, trazendo seus arranjos de cordas exuberantes em uma perfeita e impecável sincronia com as ricas harmonias e as variadas abordagens rítmicas de Elias, como fez em seu álbum vencedor do GRAMMY em 2015, Made in Brazil.

Uma célebre intérprete de Jobim, Elias vê as correntes de sua longa história colaborativa com o orquestrador Claus Ogerman na relação de trabalho que ela desenvolveu com Mathes.

Marc Johnson diz: “As orquestrações de Rob são tão profundas e tão lindamente entrelaçadas com os arranjos dos pequenos grupos de Eliane. Ele também compreende a distribuição de voz muito bem. Ele disse que, ao escrever os arranjos, mergulhou nas faixas básicas gravadas e mais detalhadamente nas vozes para piano de Eliane. Rob se encontra absolutamente no mesmo nível de onda emocional que Eliane”.

Essa conexão emocional é essencial, dadas às circunstâncias em que o álbum nasceu. Elias começou a trabalhar na música de Love Stories durante um ano difícil, no qual ela perdeu seu pai. Quatro meses antes de sua morte, Eliane fraturou o ombro em um acidente em sua cidade natal, São Paulo, Brasil. Ela ficou praticamente imóvel por meses enquanto se recuperava em seu apartamento. Enquanto se recuperava, a vista de sua janela da brisa nas palmeiras e das varandas contra o céu azul de São Paulo se tornaram o pano de fundo para um novo conjunto de inspiração musical.

Durante esse período, eu não tinha permissão para me mover. Meu braço esquerdo estava na tipóia e, assim, para evitar uma cirurgia, eu tive que ficar imobilizada e realmente quieta. Enquanto isso, eu criei e escrevi todos esses arranjos, mesmo nesse estado“, recorda a artista.

O álbum abre com um toque de Bossa Nova e a voz aveludada e sensual de Elias, nos inspirando com a mensagem de se arriscar no amor, a partir da gema pop vintage da música-tema do filme francês de 1966 vencedor do Oscar “A Man and a Woman (Um homem e uma mulher”), de Fraces Lai.

É um salto perfeito para a versão de Elias em “Baby, Come To Me”. Famosa no início dos anos 80, com Patti Austin e James Ingram, aqui a música é retrabalhada no característico ‘modo Elias’, quando ela suavemente se move de uma bossa nova para um sentimento latino híbrido, com uma harmonia brilhante, além das modulações de tempo da música. Adicionado a um cenário de cordas altas e ricas vozes de piano, a melodia se torna completamente nova.

Eu gosto da mensagem de cultivar um relacionamento, de manter vivo o romance quando você encontra alguém que ama”, diz Elias, que chamou mais um de seus colaboradores, o vencedor do prêmio GRAMMY Mark Kibble, do Take 6, para fazer parte dos vocais de fundo.

Existe uma vulnerabilidade sincera ao canto melodioso e expressivo de Elias em “Bonita”, uma versão sonhadora de uma das colaborações de Jobim e Sinatra no final dos anos 60, que apresenta uma adorável interação entre o piano e a orquestra ao lado do fraseado delicado e sutil de Elias. “É uma expressão muito pura de alguém que deseja que seu amor seja aceito e retribuído“, diz a cantora.

A homenagem a Sinatra continua com uma versão sexy e radiante de “Angel Eyes”, seguida de uma brilhante versão de “Come Fly With Me”, que foi reinventada com um ritmo brasileiro e leva o ouvinte a um extravagante e apaixonado solo de piano.

Elias explora ainda outro aspecto do amor em seu tom original e quente de “The Simplest Things”, numa versão rica e multifacetada que reflete sobre um amor que resistiu ao teste do tempo. A mensagem aqui – sobre relembrar um amor que amadureceu e descobrir que “as coisas mais simples numa vida compartilhada são as melhores” – é uma verdade universal profunda e doce com a qual todos nós podemos nos identificar.

Em “Silence”, a segunda peça original do álbum, o clima é decididamente mais intenso quando Elias canaliza a angústia do protagonista da estória. “Minha voz aqui é a que está mais exposta no álbum. Acredito que a maioria de nós experimentou decepção ou desilusão em algum momento de suas vidas. A questão é como responder a isso?”, diz Elias.

Uma versão brilhante e dinâmica de “Little Boat”, onde você quase consegue sentir as ondas suavemente ondulando com o solo de piano de Elias, muda o clima novamente. Roberto Menescal, compositor da música, toca violão nesta faixa e o verso de abertura apresenta o único momento na gravação em que a artista canta em português.

O álbum termina com mais uma canção original, “The View”. Essa estória é um pouco mais adulta e complicada, devido às suas imagens sugestivas. Há um encontro e a visão de uma mulher tirando suas meias, mas sua aparição é quase como um sonho ou como um anjo. “A estória é sobre algo mais internalizado, em algum lugar entre a realidade e a imaginação, erótico, mas puro no amor e na expressão do amor“, diz Elias.

É também um acabamento apropriadamente complexo para um álbum que mergulha profundamente na música para lançar uma nova luz em uma de nossas experiências humanas mais profundas. No processo, ele oferece um retrato de uma artista incomparável, cujo som ressoa a partir de décadas de experiência – tanto na música como na vida.

Sobre a conexão com seu instrumento, Elias disse: “O piano é uma extensão do meu corpo e a expressão mais profunda da minha alma”.

Love Stories prova que sua voz agora ocupa esse lugar também.

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