“BACK TO THE LIGHT”, DE BRIAN MAY, BRILHA EM REEDIÇÃO REMASTERIZADA

Álbum solo do guitarrista tem lançamento em 6 de agosto em CD, vinil, picture disc de vinil, cassete, download digital e streaming

Alguém a fim de uma temporada de relançamentos de BM com muitos extras suculentos?”, perguntou Brian May, em sua conta no Instagram, em 2020. Em seguida, o guitarrista informou: “Estamos trabalhando em um plano!!!”. A primeira etapa desse plano se concretiza agora, com a tão esperada reedição do superlativo primeiro álbum solo do legendário guitarrista do Queen. Quase 30 anos depois de seu lançamento inicial, “Back to the Light” é uma prova ao mesmo tempo intimista e expansiva do talento e da solidez de um dos mais destacados guitarristas e compositores de sua geração.

Ao ser lançado, em setembro de 1992, “Back to the Light” foi um sucesso indiscutível. Atingindo o sexto lugar na parada de álbuns do Reino Unido, o disco gerou uma série de singles indeléveis. Apresentado aos fãs do Queen com uma performance emocionante no Freddie Mercury Tribute Concert, no estádio de Wembley, em abril de 1992, “Too Much Love Will Kill You” chegou ao quinto lugar no Reino Unido. “Driven by You” já havia atingido antes o sexto lugar. A música “Back to the Light”, com tons de hino, e a empolgante “Resurrection” também emplacaram nas paradas. Por sua vez, a instrumental “Last Horizon” viria a se tornar um dos principais temas dos concertos da Brian May Band e também do retorno de Brian aos shows dos Queen.

Mais rock ou mais reflexivos, esses singles dão noção da profundidade e do alcance do álbum. “The Dark” reconfigura “We Will Rock You”, do Queen, em moldes introspectivos, e constrói um crescendo sinfônico. A faixa título, “Back to the Light”, permite a Brian May mostrar todo seu talento com vocais sobrepostos, um coro eufórico e guitarras rascantes. “Love Token” é uma canção típica de Brian, uma história de rompimento amoroso contada em formato blues-rock. “Ressurrection”, composta em parceria com o baterista Cozy Powell e contando com o cultuado tecladista Don Airey, é um rockão de alta energia, provavelmente com tantos overdubs operáticos quanto “Bohemian Rhapsody”. Com espaço para um tour de force de Brian May na guitarra e Cozy Powell em inspiradas pirotecnias cataclísmicas à bateria, “Ressurrection” é tida por muitos como destaque maior do álbum. Sua letra, construída sob bases pessoais, fala de um coração machucado, mas determinado a encontrar esperança na “promessa do futuro”.

“Too Much Love Will Kill You” é uma balada confessional arrebatadora, que Brian cita como uma das gravações mais importantes de sua vida. A composição venceu um dos prêmios de maior prestígio no Reino Unido, o Ivor Novello de Melhor Canção em Letra e Música, e ressurgiu mais tarde em encarnação diferente, como faixa gravada pelo Queen. “Driven by You” é um hitzão rock com refrão empolgante, escrito depois que Brian aceitou o desafio de criar uma faixa para um anúncio de carro da Ford. Freddie Mercury elogiou Brian por essa performance vocal! Outra parceria com Cozy Powell, “Nothin’ But Blue” é uma espécie de irmã de “Somewhere In Time”, faixa do album The Drums Are Back, do baterista. A canção foi escrita por Brian na noite anterior à morte de Freddie Mercury. O baixista John Deacon faz uma rara aparição como convidado especial nesta faixa.

Se na ruidosa “I’m Scared”, Brian May expõe todos seus temores, em “Last Horizon” seu expressivo trabalho de guitarras conduz a uma sensação de serenidade. Escrita para o ídolo do skiffle Lonnie Donegan, “Let Your Heart Rule Your Head” mostra a facilidade de Brian May para criar melodias alegres. “Just One Life” é uma elegia pungente para alguém que se foi – com um lado singular, pois Brian escreveu a canção para uma pessoa — o ator Philip Sayer —com quem jamais esteve, só veio a conhecer em uma celebração de sua vida.

Back to the Light” traz uma única cover, “Rollin’ Over”, dos Small Faces, que reconecta Brian May com suas influências mais roots no rock inglês.

Ao longo de todo o disco, os muitos sabores de “Back to the Light” nos lembram o quanto as composições de Brian são vitais na obra do Queen. Além da inconfundível assinatura como guitarrista, seus créditos como autor incluem baladas (“Save Me”), épicos em várias partes (“The Prophet’s Song”), temas de filmes (“Flash’s Theme”), exercícios de blues (“Sleeping on the Sidewalk”) e muitos rockões autênticos — incluindo o hino “We Will Rock You”.

Escrito durante um período de imensa agitação pessoal, entre 1988 e 1992, “Back to the Light” mostra Brian encarando os holofotes com honestidade catártica e talento. O disco veio após as perdas do pai de Brian e de Freddie Mercury, com a interrupção das atividades do Queen. A separação de sua primeira esposa tinha ocorrido em 1988, e o novo relacionamento com Anita Dobson colocou Brian May no papel incômodo de alvo da atenção dos tabloides ingleses. Em entrevistas, ele falou sobre as batalhas que enfrentou nessas mudanças todas em sua vida, descrevendo o álbum como uma espécie de terapia.

Para fazer “Back to the Light”, Brian contou com o apoio de legendários colaboradores e amigos. Além de John Deacon (Queen), Cozy Powell (Rainbow, Black Sabbath) e Don Airey (Ozzy Osbourne, Deep Purple), os convidados incluíram os baixistas Neil Murray (Whitesnake) e Gary Tibbs (Adam & The Ants, Roxy Music), Geoff Dugmore na bateria (em “Let Your Heart Rule Your Head” e “Rollin’ Over”) e Mike Moran no piano/teclados em três faixas. A assistência vocal veio do famoso cantor britânico Chris Thompson, com backings de Miriam Stockley, Maggie Ryder, Suzie O’List e Gill O’Donovan.

Há muito tempo indisponível em CD, vinil, download digital e serviços de streaming, o álbum retorna agora em reedição com a supervisão de áudio de Justin Shirley-Smith e Kris Fredriksson. Nas notas do lançamento original, Shirley-Smith, co-produtor e engenheiro de som do album, foi carinhosamente elogiado por Brian por conseguir lidar com seus “hábitos erráticos de gravação”. “Brian é um perfeccionista, não larga nada antes de ficar satisfeito”, diz Shirley-Smith, cujo trabalho com o Queen remonta a 1984.

O engenheiro de som Kris Fredriksson queria ver esse perfeccionismo refletido na reedição. “Se vamos reeditar, por que não remasterizar com o melhor engenheiro masterizador do mundo?”, observou. Assim entrou em ação o ganhador do Grammy Bob Ludwig, que trabalhou a partir das mixagens originais para garantir que a nova edição de “Back to the Light” soasse melhor do que nunca.

Ao mesmo tempo, Fredriksson lançou a rede para reunir faixas bônus em um segundo disco, Out of the Light. A guitarra Red Special de Brian fala lindamente em versões instrumentais assombrosas de “Nothin’ but Blue”, “Too Much Love Will Kill You” e “Just One Life”. “Driven by You Two”, a versão de “Driven by You” usada no commercial da Ford, e “Driven by You” (Cozy and Neil Version ’93) também foram incluídas, juntamente com faixas ao vivo. “’39/ Let Your Heart Rule Your Head”, “Last Horizon” e “We Will Rock You” foram gravadas em um show triunfal na Brixton Academy em 15 de junho de 1993 e documentadas no álbum e filme Live at the Brixton Academy. Na ocasião, The Brian May Band tinha Cozy Powell (bateria), Spike Edney (teclados), Jamie Moses (guitarra), Neil Murray (baixo) e, nos backing vocals, Catherine Porter e Shelley Preston. A versão ao vivo de “Too Much Love Will Kill You” foi gravada no Palace Theater, em Los Angeles, em 6 de abril de 1993; na noite anterior, Brian e um convidado especial quebraram tudo tocando um clássico do Queen, “Tie Your Mother Down”, no “Tonight Show with Jay Leno”. “Bem-vindo, Mr. Slash”, anunciou Brian May, apresentando o guitarrista do Guns N’ Roses como prova de sua influência multigeracional.

Em todos os aspectos, “Back to the Light” se destaca como um álbum de coração e resistência, elevação de espírito e sensibilidade. “Na minha mente, este álbum sempre foi chamado Back to the Light”, escreveu Brian, nas notas originais do encarte. “No início eu não sentia nenhuma esperança real de encontrar a Luz; agora ela cintila vagamente, encorajadora, mas sempre intermitente na sala de espelhos ao meu redor”.

Quase três décadas depois, as novas notas de Brian no encarte incluem uma homenagem ao saudoso Cozy Powell (morto em 1998, em um acidente de carro), juntamente com uma reflexão sobre a busca documentada no álbum. “Em 2021, orgulhosa e carinhosamente apresentando este trabalho a um novo público e observando cuidadosamente minhas notas originais do encarte, posso relatar que ainda estou em busca de respostas para a maioria das questões colocadas neste conjunto de canções. Até hoje, a Luz ainda brilha de forma sombria, tentadora, sempre um pouco fora de alcance. A música nos conduz até ela”, escreve Brian. Iluminado com honestidade emocional, grandes canções, energia rock’n’roll e um trabalho de guitarras espetacular, “Back to the Light” brilha.

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Isto é parte de uma série, a série Brian May Gold. Cada lançamento terá um pequeno selo dourado e cada um deles vai me dar a oportunidade de redescobrir o caminho que percorri. Foi realmente fascinante. Estava um pouco nervoso no início, pensando: o que isso vai fazer em mim? Mas eu amei voltar a esse material. Espero apenas que ele se conecte com pessoas que nunca ouviram essas músicas antes. Elas me conhecem como guitarrista do Queen. Alguns me conhecem como astrônomo. Alguns me conhecem como defensor dos direitos dos animais. Também sou grande divulgador da estereoscopia vitoriana em 3-D. Mas são poucos os que realmente escutaram minha produção solo. Estou animado para ver no que isso vai dar. Achei fascinante redescobrir por que escrevi certas coisas, o que elas significavam para mim e como nós gravamos. Algumas delas soam tão imensas na gravação, que mal posso acreditar que conseguimos — algumas são muito épicas mesmo. Eu gosto disso. Ao mesmo tempo, há lados que são muito simples, muito discretos, muito nus emocionalmente. Eu descobri que ainda sinto tudo o que estou dizendo neste álbum. Ainda sinto aqueles perigos, aqueles medos, aquelas esperanças, aqueles sonhos”.

TRACK LISTINGS:

BACK TO THE LIGHT

1. The Dark (May)
2. Back To The Light (May)
3. Love Token (May)
4. Resurrection (Words: May. Music: May, Powell, Page)
5. Too Much Love Will Kill You (May, Musker, Lamers)
6. Driven By You (May)
7. Nothin’ But Blue (Words: May. Music: May, Powell)
8. I’m Scared (May)
9. Last Horizon (May)
10. Let Your Heart Rule Your Head (May)
11. Just One Life (May)
12. Rollin’ Over (May)

Produced by Brian May.
Co-produced and engineered by Justin Shirley-Smith.
All vocals, backing vocals, guitars, keyboards and anything else around – by Brian May unless otherwise stated.

OUT OF THE LIGHT

1. Nothin’ But Blue – Guitar Version (May, Powell, Makin, Nicholls)
2. Too Much Love Will Kill You – Guitar Version (May, Musker, Lamers)
3. Just One Life – Guitar Version (May)
4. Driven By You Two (May)
5. Driven By You – Ford Ad Version (May)
6. Tie Your Mother Down (Featuring Slash) (May)
Live on the Tonight Show with Jay Leno, 5th April 1993
7. Too Much Love Will Kill You (May)
Live at the Palace Theatre, Los Angeles, 6th April 1993
8. ’39 / Let Your Heart Rule Your Head (May)
Live at the Brixton Academy, 15th June 1993
9. Last Horizon (May)
Live at the Brixton Academy, 15th June 1993
10. We Will Rock You (May)
Live at the Brixton Academy 15 June 1993
11. Driven By You – Cozy and Neil Version ’93 (May)

The Live tracks are played by The Brian May Band from the ‘Back To The Light’ Tour 1993.
Brian May: Vocals/Guitar, Cozy Powell: Drums. Neil Murray: Bass, Spike Edney: Keyboards,
Jamie Moses: Guitar/Vocals, Cathy Porter: Vocals, Shelley Preston: Vocals.
“And a special thank you to Slash”.