“Dom Salvador & Rio 65 Trio Live In Zankel Hall At Carnegie Hall” é novo álbum do músico Dom Salvador

A Universal Music disponibiliza hoje o álbum “Dom Salvador & Rio 65 Trio Live In Zankel Hall At Carnegie Hall”, projeto de Dom Salvador, pioneiro na criação do jazz moderno brasileiro, que teve uma extensa carreira como arranjador e músico de estúdio para todas as grandes gravadoras brasileiras, durante os anos 60 e 70. Ouça e baixe aqui.

Em comemoração aos 50 anos do lançamento do disco original, foi organizado um show no palco maior do Jazz em Nova York (EUA), o Carnegie Hall. O show contou com Duduka Da Fonseca na bateria, um dos grandes porta-vozes do movimento de Samba Jazz, nos EUA, e parceiro musical, há décadas, de Dom Salvador e Sergio Barrozo. O álbum “Dom Salvador & Rio 65 Trio live in Zankel Hall at Carnegie Hall” traz consigo 50 anos de vivências musicais, em algo que se originou no famoso beco das garraffas, em Copacabana. A vida e a música de Dom Salvador brilham forte em suas composições e interpretações gravadas ao vivo.

O disco, repleto de composições de Dom Salvador, foi um sucesso de vendas e representou a maturidade musical de Dom. Diferentemente da Bossa Nova, que foi influenciada pelo Jazz da West Coast, o Samba Jazz, gênero cujo trio foi um dos pioneiros, vinha da veia direta do BeBop e Hard Bop, com bateria e piano mais enérgicos e livres. Na onda do sucesso, o trio acompanhou Elis Regina na gravação de “Samba – Eu Canto Assim” e participou do filme “Crônicas da Cidade Amada”, de Hugo Christensen. Na efemeridade que surgiu, o grupo de dissolveu. Na década de 70, Dom Salvador se mudou para Nova York, onde até hoje reside. Sergio Barrozo permaneceu no Rio e Edison Machado faleceu em 1990. O disco ficou restrito ao pequeno círculo de amantes de Jazz e nunca recebeu o reconhecimento apropriado nem no Brasil nem no exterior.

Dom tocou e fez música com quem o país tinha de melhor incluindo Jorge Ben, Elza Soares, Elis Regina, entre muitos outros. Seu grupo Abolição em 1971, misturando os gêneros americanos de funk e soul com ritmos brasileiros foi a semente do que mais tarde se transformaria na cena Black Rio, que reverbera pelo mundo até hoje. Salvador e o Abolição, junto com nomes como Tony Tornado e Tim Maia, introduziram no Brasil, ao menos no território da música popular, o movimento do orgulho negro e dos direitos civis americanos, até então quase inexistente na ditadura militar que comandava o país com brutalidade.